No século XVII, o regime político inglês e as idéias liberais de Locke serviram de base para um grupo de pensadores que receberam o nome de iluministas.
As idéias iluministas influenciaram muito os movimentos revolucionários na França, Inglaterra e nas lutas pela independência nos Estados Unidos e América espanhola e portuguesa.
O iluminismo, também chamado de filosofia das luzes ou ilustração, foi o movimento intelectual desenvolvido na Europa no século XVIII.
Os intelectuais iluministas criticavam o Antigo Regime (nome da sociedade que se formou na Europa nos séculos XV e XVI). Criticavam os privilégios de nascimento da nobreza; o poder absoluto dos reis e o mercantilismo, baseado no monopólio comercial que beneficiava apenas alguns poucos comerciantes.
Defendiam que a razão era a única forma de se chegar ao conhecimento; que através dela se pode descobrir qualquer mistério do universo e de se resolver qualquer problema da sociedade, chegando a uma vida de liberdade e progresso para toda humanidade. As desgraças humanas, a guerra, o fanatismo religioso, os governos autoritários eram causadas pela ignorância, pelo obscurantismo.
Defendiam que as crianças deveriam ser educadas em escolas onde teriam liberdade, carinho e incentivo, despertando a bondade e as qualidades naturais do ser humano.
Acreditavam que os homens são produtos da educação e da sociedade em que vivem e que não há alguém predestinado. Dizia Rousseau: “O homem é bom por natureza é a sociedade que o corrompe.”
A razão deve ser aplicada ao progresso material (uma vida mais confortável) e ao progresso institucional (direitos individuais da pessoa), eliminando a miséria e qualquer tipo de opressão. Ou seja, o progresso significava para eles uma vida melhor para todos.
Defendiam o anticlericalismo, pois a Igreja apenas motivava a ignorância e o preconceito. Queriam a tolerância religiosa e filosófica, onde qualquer pessoa tenha o direito de expressar suas convicções.
Ao invés dos privilégios de nascença garantidos aos nobres, defendiam que todos deveriam ser iguais perante a lei (igualdade jurídica). Admitiam que houvesse diferenças de riqueza, mas que não houvesse tribunais especiais. Essa ideia atendia principalmente aos burgueses, pois apesar de serem ricos, não tinham praticamente nenhuma influência no governo.
Defendiam a liberdade como um direito de cada cidadão e que o Estado não tem o direito de oprimir o cidadão. Essa liberdade foi principalmente usada pela burguesia significava mais uma liberdade comercial.
Os fisiocratas foram os pensadores iluministas de uma corrente econômica chamada de fisiocracia. Defendiam o liberalismo econômico, ou seja, que a economia não pode ter a intromissão do Estado. Seu lema era: “laissez faire, laissez passer” (deixe livre, deixe passar). Na prática, era o vale tudo na economia. Defendiam que a agricultura era a única fonte produtora de riquezas e que outros setores como o comércio e o artesanato eram “estéreis”.
Muitos monarcas absolutistas apreciavam algumas ideias iluministas e adotaram algumas delas, fazendo algumas reformas em seu Estado, sem, contudo, acabar com o absolutismo, o mercantilismo e os privilégios da nobreza. Incentivaram o estudo das ciências naturais nas universidades, alguma liberdade para escritores, apoio às manufaturas e comércio, a abolição da tortura aos presos. Ou seja, eram reforma de “fachada”. Era o despotismo esclarecido que existiu em países como a Prússia, Áustria, Rússia, Espanha e Portugal.
Pensadores iluministas como Voltaire tinha um jeito simples de escrever e que ironizava e ridicularizava a sociedade do Antigo Regime. Dizia: “Posso não concordar com as idéias que dizeis, mas morrerei defendendo o direito de você dizê-las.”
Montesquieu foi um dos criadores da teoria da separação dos poderes, criando o poder executivo, o legislativo e o judiciário como forma de se evitar a concentração e o abuso de poder nas mãos de um governante.
Rosseau em sua obra O Contrato Social mostrou que o Estado vinha da vontade consentida de todos e que os governos foram criados a partir dessa vontade geral do povo e que, por isso, tinham o direito de modificá-los.