quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Brasil, uma República

Em 15 de novembro o Brasil comemora a Proclamação da República, um dos fatos históricos mais importantes de nosso país. Ela aconteceu em 1889, quando o marechal Deodoro da Fonseca comandou o movimento que mudou a forma de governo e que permite até hoje a eleição para presidente.

Marechal Deodoro da Fonseca - Líder do movimento republicano, homem poderoso era muito respeitado no Exército.

Bem antes da República, o Brasil já havia conseguido sua independência de Portugal. Isso aconteceu em 1822 e, a partir daquele ano, nosso país não precisou mais obedecer aos governantes portugueses. Passou a ser chamado de Império do Brasil e era uma monarquia, ou seja, não havia eleições para o chefe da nação. O poder passava de pai para filho e D. Pedro I foi nosso primeiro imperador. Depois dele, seu filho D. Pedro II assumiu o trono. Somente em 1889 o Brasil se transformou em uma República. Nesse sistema de governo, são realizadas eleições para escolher o camandante do país. No caso brasileiro e no de muitas outras nações, elege-se um presidente.
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Iniciativa dos poderosos

O movimento que transformou o Brasil em República não partiu do povo, mas de alguns ricos e poderosos fazendeiros de café. Além deles, os militares também tiveram importante papel, pois queriam mais participação na vida política, o que era proibido até então.
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A República, passo a passo

Pouco antes do final do século XIX, começou a crescer a insatisfação dos brasileiros com a Monarquia. Os fazendeiros de café de São Paulo e Minas Gerais, na época as pessoas mais ricas, e os militares lideravam o movimento republicano. Eles queriam aumentar sua participação política e sua influência pelo país, tomando o poder.
Em 1873 foi criado o Partido Republicano Paulista (PRP), que queria o fim da Monarquia. Aos poucos, foram surgindo jornais em favor da República. Esse sentimento foi mobilizando médicos, jornalistas, advogados, intelectuais, comerciantes e funcionários públicos.
O movimentos pela República fortaleceu-se e, em 1889, ficou impossível para os governantes manter a Monarquia. Acompanhe os passos decisivos do mês de novembro daquele ano, que instituíram finalmente a República em nosso país.

Reuniões decisivas

No dia 9 de novembro, um grupo de militares reuniu-se na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Dois dias depois, o marechal Deodoro da Fonseca, o major Benjamin Constant e o líder do PRP, Quintino Bocaiúva, encontraram-se para acertar os últimos detalhes do plano para tirar a Monarquia do poder.

Desfile militar?

Conforme combinado, no dia 15 de novembro tropas militares saíram às ruas. A princípio, parecia apenas um desfile ou uma passeata militar, sem maiores consequências.

O líder

À frente das tropas militares estava o marechal Deodoro da Fonseca. Em vez de liderar apenas um desfile, ele dirigiu os soldados para o Palácio do Catete, onde se encontrava o imperador D. Pedro II.

Palácio do Catete

As tropas militares invadiram o Palácio do Catete, sede da Monarquia e uma das residências de D.Pedro II. Lá dentro, o marechal Deodoro proclamou a República, tornando-se em pouco tempo o primeiro presidente da história da República brasileira.


Adeus, D. Pedro II

Dois dias depois de proclamada a República, D. Pedro II foi expulso do país. Ele e sua família foram obrigados a ir para Paris, capiral da França, onde o ex-imperador morreu em 1891.
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Poucas melhorias para o povo

Nos primeiros anos a República não beneficiou a maior parte da população brasileira. Durante o período de 1889 a 1930, conhecido como República Velha, o poder ficou concentrado nas mãos dos fazendeiros paulistas e mineiros e dos coronéis do Nordeste.
Isso originou muitos conflitos, como a Revolta de Canudos. Ela ocorreu em 1896, no interior da Bahia: milhares de pessoas passaram a viver em uma vila sob o comando de um líder religioso e se recurasaram a obedecer ao novo governo. A revolta foi contida com violência pelo Exército.
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A carreira do marechal

Deodoro da Fonseca teve uma longa história dentro do Exército. Nascido em Alagoas, em 1827, ingressou na Escola Militar em 1843 e já no ano de 1865 era capitão. Cinco anos mais tarde, voltava da Guerra do Paraguai (1864 - 1870) como herói, no posto do coronel. Esse conflito foi o maior da história da América do Sul, disputando-se o controle do continente.
Em 1888 foi enviado em missão a Mato Grosso. Voltou ao Rio de Janeiro em setembro de 1889, quando os preparativos para a derrubada da Monarquia já estavam bem avançados. Por ter muito prestígio junto às tropas do Exército, foi escolhido para comandar as ações do dia 15 de novembro. Eleito presidente, renunciou em 1891 e morreu um ano depois.
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Baile da Ilha Fiscal


Festa luxuosa - Realizada no palácio da Ilha Fiscal, foi a última festa da Monarquia brasileira.

Embora a insatisfação com seu governo fosse cada vez maior no Brasil, D. Pedro II parecia não perceber o que acontecia. No dia 9 de novembro de 1889, ou seja, uma semana antes de perder o poder, ele promoveu uma festa que entrou, para a história do país, chamada de Baile da Ilha Fiscal.
Ocorrida no palácio da Ilha Fiscal, no Rio de Janeiro, era oficialmente uma homenagem a oficiais chilenos em viagem pelo Brasil. Mas na verdade comemorou o aniversário de casamento da princesa Isabel, filha de D. Pedro II. O cadárpio da festança incluiu, entre muitas outras delícias, lagosta, camarão, salmão defumado, saladas, 12 mil salgadinhos, 400 pratos de doces e 20 mil sanduíches.
Três mil pessoas, consideradas "o melhor da sociedade", receberam o convite, e muitas saíram de lá ao amanhecer.
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Movimentos republicanos no Brasil

Tiradentes - O líder da Inconfidência Mineira morreu defendendo a independência e a República.

No século XVIII aconteceram movimentos regionais com o objetivo de tornar independentes e republicanas algumas províncias brasileiras, hoje chamadas de estados.
O mais conhecido foi a Inconfidência Mineira, ocorrida em 1789, em Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto. Nessa época, os portugueses cobravam pesados impostos sobre o ouro achado nas minas da região. Mas já não havia mais tanto ouro, o que fez os portugueses desconfiarem de roubo e anunciarem uma cobrança forçada de impostos. Um grupo de pessoas que queria a independência e a República planejou uma revolta para libertar Minas Gerais do domínio português. O movimento fracassou e seu líder, Tiradentes, foi morto.
Em Salvador, na Bahia, desde 1794 republicanos realizavam reuniões secretas. Até que, em 1798, folhetos anunciaram a República Baiense, incentivando o povo a defender o movimento de libertação da província em relação a Portugal. As autoridades portuguesas reagiram e prenderam os líderes desse movimento, que acabou conhecido como Conjuração Baiana.
Na década de 1810, Pernambuco passava por dificuldades financeiras. Em 1817, parte da população se revoltou e tomou o poder no Recife, anunciando um governo independente e proclamando a República. Sem o apoio de outras províncias do Nordeste, a Revolução Pernambucana foi rapidamente dominada pelos portugueses que retomaram o poder.

Fontes: Coleção Para Saber Mais Recreio - Ciências Humanas - República



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